sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Logo eu...

E logo eu que sempre fui tão segura de mim mesma, me vejo nessa situação.

Eu que já esperava por este momento, que me preparei pra esta hora, fui surpreendida por Deus, pois não contava que seria assim, jamais poderia imaginar que eu fosse me sentir assim...

Eu estou com medo, talvez de te perder, talvez de estar me perdendo ao te encontrar...

De que me adianta tanta segurança e determinação se quando você olha pra mim eu me desmonto....

Eu estou me desfazendo diante de ti pra que você possa ver quem eu sou, sem orgulhos, sem vaidade, sem encantos...Eu que sempre fui acostumada a estes jogos de conquista, de me enfeitar, de me preparar...Na tentativa de que seja algo verdadeiro, me mostro pra você, me esforço pra não fazer nada, pra confiar em Deus e descansar. Mas é justamente por isso que estou assustada. Deus está me desmanchando. As coisas não estão acontecendo como eu imaginava e já não tenho controle da situação. Vejo que meus conceitos sobre mim mesma, sobre como seria, estão escorrendo sobre meus dedos e eu os deixo ir...

Porque parece que não me conheço de verdade, esperava que você se despisse da sua armadura pra me permitir te tocar, mas vejo que Deus está despindo a minha armadura, tirando minha força das coisas que eu construí de mim mesma. Afinal pra que serve todas essas teorias se agora que as coisas estão acontecendo percebo que não estou preparada pra você.

Me ver tão vulnerável me assusta, mas vejo o quanto tudo isso é lindo pois é Deus preparando o meu coração pra amar de novo.

Deus está limpando meu coração de toda magoa e me despindo de tudo o que eu pensei ser e... agora que estou me aproximando de você, vejo que na verdade eram só defesas porque estava cansada de sofrer...mas é que eu quero tanto te fazer feliz, que me vejo assim, me perdendo de mim, pra ser quem Deus quer que eu seja...pra que eu possa ser feliz te fazendo feliz.

E eu que a tanto tempo procuro falar sobre o amor, agora percebo quanto tempo eu gastei me escondendo de mim mesma...

E eu estou me desfazendo de tudo o que pensei que sabia, pra permitir que Deus me refaça da maneira como eu devo ser.

E isso me assusta, mas ao mesmo tempo me faz feliz...estou me desfazendo de tudo o que eu pensei que sabia, pra confiar em Ti.

E é tão constrangedor mas eu não posso parar...eu estou me sentindo plena nas tuas mãos.

...pensando em nós.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Carolina


Carol era linda.Uma jovem na flor da idade. Tinha amigos, estudava numa boa escola, estava sempre rodeada de garotos que faziam tudo por ela.

Vinha de uma família cristã e por isso desde pequena já tinha ouvido falar de Jesus, mas foi com nove anos de idade que Carol realmente conheceu a Jesus e o aceitou em sua vida.

Com o passar do tempo Carol foi crescendo e descobriu como era linda. Ela achava divertido cativar admiradores e brincar com eles, principalmente os cristãos, pois eram os mais bonzinhos. Freqüentemente ia aos cultos, mas aquilo começou a se tornar algo mecânico e às vezes nem fazia mais sentido estar ali, senão por razões sociais.


Carol estava na 8º série e se apaixonou por um menino do colegial. Acordava mais cedo todos os dias para se arrumar antes de ir para a escola. Um dia ela estava sentada no pátio com suas amigas, quando uma delas disse que o garoto a estava olhando e vindo em sua direção, o que fez com que o coração de Carol disparasse, mas a menina sabia lidar muito bem com garotos, sabia que todos a achavam linda e que ela precisava apenas falar doce para eles se apaixonarem. Ele se aproximou e puxou papo com ela. E isso tornou a acontecer todos os dias, por vários dias.

O menino era diferente, ele era ousado, bonito e não parecia estar nas mãos dela como o de costume.

Com o tempo ela foi se envolvendo no mundo dele, nas coisas que ele gostava de fazer, nas músicas que ele gostava de ouvir, no grupo de amigos.

Carol começou a mudar e isso preocupava seus pais, que a aconselhavam, mas ela não entendia e achava que estava sendo injustiçada.

Aos poucos foi pegando ainda mais gosto pela sua relação com o garoto, ela descobria coisas novas, que faziam com que se sentisse viva e arrumava um motivo real para que seus pais falassem em sua cabeça.

Um dia sentados no quarto do garoto ele a beijou. Carol sabia que aquilo era errado, então começou a chorar e saiu correndo dali.

Chegou em sua casa e se trancou no quarto. Orou e pediu perdão a Deus.

Por umas 2 semanas eles ficaram sem se falar e o garoto não parava de ir atrás dela. As pessoas falavam que nunca o tinham visto assim tão apaixonado. Isso foi mexendo com seus sentimentos. Voltaram a se falar e logo Carol queria tanto beijá-lo novamente que não via mais sentido em não fazê-lo.

Foram meses namorando escondido e aquele sentimento de culpa foi diminuindo. Eles foram se envolvendo e aquilo tudo era muito intenso pra garota. Com o tempo Carol ia cedendo cada vez mais aos desejos do garoto. Até que Carol transou com ele, sabia que aquilo era pecado, mas estava muito apaixonada e sabia que ele era diferente. Que por amor a ela o garoto poderia um dia se converter. E depois de uma prova de amor dessas, não poderia ser diferente.

E afinal, onde estava escrito na bíblia que o sexo antes do casamento era pecado? Haviam dito pra ela que ficar também era pecado, que se envolver com caras que não eram cristãos também, no entanto, olha como ela estava bem, feliz. As pessoas da igreja eram muito radicais, não sabiam do que estavam falando. Seguiam a bíblia ao pé da letra sem nem ao menos a entendê-la.Eram ignorantes.Carol pensava: “Ou será que Deus ia querer que as pessoas vivessem sem conhecer a felicidade de um namoro como o que eu tenho? É preciso adaptar a bíblia aos dias de hoje, a realidade agora é outra. Do meu relacionamento com Deus sei eu. Ele me ama e vive em mim e ponto. Ninguém tem nada a ver com a minha vida”.

Como a igreja tinha “errado” com relação ao namorado dela, Carol começou a questionar o dízimo, Carol começou a questionar a santidade, Carol não via mais sentido em muita coisa ali na Igreja.Aos poucos Carol foi deixando de ir aos cultos, as células, à Igreja. Mas às vezes ela ainda falava com Deus, porque ela não tinha rompido com Ele, só com os “hipócritas” que formavam a Igreja.

Depois de um ano, o tal garoto, rompeu com ela e uma semana depois estava com outra.Passeando de mãos dadas no corredor da escola dela, sentados no mesmo banco que antes eles se sentavam juntos.

Carol sabia que aquilo ia acontecer, ela sentia que ele estava frio com ela, não ligava mais, saia com os amigos com mais freqüência, não queria mais beijá-la e o sexo começou a se tornar eventual, ela tinha até a impressão que ele estava com nojo dela. Mas ela não queria enxergar que aquilo realmente estava acontecendo, até que ele um dia ligou e disse que não queria mais nada com ela.

Aquilo foi a morte pra Carol.

Quando completou seus 15 anos de idade, ao invés de festa de debutante, Carol escolheu viajar sozinha para o exterior, ela foi passar um mês na Irlanda.

Ela queria passear, ela queria se divertir, ela precisava fugir de toda aquela loucura que sua vida havia se tornado.

Chegando na Irlanda, Carol quis “espairecer”, foi para as baladas mais famosas, ficou com os caras mais bonitos, usou as drogas da moda, bebeu as bebidas mais fortes e dormiu.

No dia seguinte Carol estava enjoada, enojada, ela estava de ressaca física e moral. Então ela saiu do hotel em que estava hospedada, e foi conhecer os famosos parques da Irlanda, ela precisava fugir daqueles pensamentos, da realidade, foi procurar algo para ocupar a sua mente.

Era uma segunda-feira à tarde, estava frio mas tinha sol, e enquanto ela caminhava milhares de pensamentos estavam passando pela sua cabeça.

Ela havia saído do Brasil, porque precisava de um tempo, precisava ficar só, apesar de ter medo do que isto poderia resultar…Carol não sabia em qual momento sua vida havia se transformado naquela angústia. Ela queria mudar, mas não sabia como. Ela tinha pensado que de repente a bíblia estava certa, mas assumir isso seria assumir que ela tinha errado. Então ela não tinha com quem conversar a respeito, alguém para pedir conselhos. Ela se sentia culpada, mas não queria assumir. Ela tinha tomado um caminho que agora não poderia voltar atrás.

Estava começando a anoitecer, Carol decidiu pegar um atalho que a levaria mais rápido para o hotel, ela tinha pressa de chegar, não parava de pensar no frigobar do seu quarto, pensou que se estivesse muito bêbada ela teria coragem de pôr um ponto final naquele sofrimento, começou a correr no meio daquele mato alto, não tinha medo de nada, foi em frente sem olhar para trás, quando de repente ela torceu o pé e caiu de um barranco alto, rolou várias vezes até parar no fim do morro. Carol se viu no fundo do poço, finalmente sozinha, não tinha mais nada pra lhe distrair, não tinha pra onde fugir, achou que fosse enlouquecer, ela não tinha a quem chamar, não tinha ninguém para se mostrar, nem para se defender… Então, Carol se entregou ao choro e começou a lembrar dos seus dias até ali:

“Foram tantas as tardes vazias, estirada num colchão, chorando sem explicação, só me entregando aquela tristeza que me consumia….eu não queria assumir que precisava de você, eu me bastava, eu queria me erguer diante dos teus olhos e brilhar sozinha, queria te provar que eu estava certa, que eu sabia o que estava fazendo, que eu não precisava de você, queria ser forte, pra esconder a minha dor…

Eu busquei em cada bar que eu fui, uma nota que ensurdecesse minha solidão, um timbre que fizesse bater de novo meu coração…mas ele só ecoava dentro de mim, ficava espremido entre minhas costelas, doendo tanto….”

Porque é mais fácil se acostumar com a dor, do que buscar a felicidade?

Porque é tão difícil largar mão da vida que se vive, mesmo sabendo que está te matando aos poucos, que já não vale mais a pena…

Carol se viu sozinha caída naquele lugar, não tinha a quem chamar, então se viu obrigada a se acalmar, a refletir. Aos poucos foi encarando um a um cada um dos seus medos, cada uma das suas tristezas, suas fraquezas que a faziam tão forte lá fora e em como essas coisas não faziam sentido algum ali, então ela reconheceu que suas verdades não eram inteiras, que elas estavam erradas… sua voz começou a se fazer ouvida pelo seu coração, como a muito não fazia, seus sentimentos estavam sendo alcançados pela razão, ela começou a se reconhecer, assumir seus erros, olhar pra si mesma de maneira sincera; doeu muito tirar a máscara e ver quem realmente era, quem havia se tornado, Carol se envergonhou… mas é preciso saber onde se está para poder sair do lugar.

Quando achou que ninguém mais se importava com ela e que nem poderia esperar isso de alguém depois de tudo o que tinha feito para as pessoas ao seu redor, descobriu quem ela era e como tinha errado.

A noite estava fria e Carol acabou dormindo envolta numa poça de lágrimas.

Quando Carol acordou já havia amanhecido e a menina colocou-se a rir, quando percebeu que estava a poucos metros da estrada. Ela se levantou, tentou se recompor, mas alguma coisa estava diferente, ela já não se importava tanto com o que ou outros iriam pensar dela.Pela primeira vez em muitos anos, ela se sentia viva de verdade. Ela sabia quem era e quem queria ser. Carol pensou: “tenho uma longa caminhada pela frente”.

E foi andando até chegar ao hotel; Carol sorria. E no caminho começou a falar:

“Por algum tempo eu senti um imenso vazio dentro de mim, muitas vezes eu nem sabia o porque, tentei me encontrar em cigarros, em maconha, em cada esquina que você não estava, em vários corpos, em falsos abraços e em beijos amargos. Era muito difícil ver, que ao tentar me encontrar eu estava na verdade buscando por você.

Só quando já estava realmente morta, quando já não havia para onde correr, já não importava o que os outros iam dizer, não existia mais orgulho que me impedia de tentar, quando eu abri mão da imagem que tentava fazer com que os outros vissem em mim; foi quando eu cansei de me destruir que eu desisti de resistir a você.”

Carol ao cair do barranco, se abriu para uma análise sincera de si, ela se encontrou com Deus. Ele sabia dos seus erros e não se importou com nenhum deles. Carol se sentiu constrangida com o amor de Deus, pois ela sentiu o seu perdão e misericórdia lavarem a sua alma e a encorajarem a continuar. A começar de novo.

Carol entendeu quem ela era, se lembrou de quem Deus era e de como ele a amava infinitamente. Ela descobriu que o pecado não é alguma coisa que Deus proíbe seus filhos de fazer por capricho, doutrina ou religiosidade. Pecado é o que Deus diz que é melhor evitarmos, pois nos levará a morte espiritual. Como um pai que ao ver o filho aproximar-se da tomada não diz, “filho não coloque o dedo ai porque é pecado”, mas diz “filho não coloque o dedo ai pois a eletricidade mata”.

Aquele vazio que Carol sentia era a falta de Deus. Pois quando ela decidiu dirigir a sua vida, Deus se retirou de cena e passou a ser um mero espectador, torcendo que ela logo voltasse para Ele.

Que Deus os abençoe!

~*

Olhos Vendados


Por Mariana Carvalho - http://nomeuchapeu.blogspot.com/
Eu acordei meio grogue, sem ter todos os sentidos, meio dopada ou coisa assim, sentia apenas o ar e o cheiro ao meu redor. Era estranho... um cheiro misto de produtos químicos com produtos de limpeza, esterilização e medicamentos. Chegava a ser enjoado de tão limpo que era aquele cheiro, que por sinal, não me era estranho: eu estava em um hospital. Não me lembrava de nada, senão da festa de casamento em que eu estava e depois... tudo tinha escurecido na minha mente. Além do cheiro, a textura dos lençóis não era igual à textura do meu lençol e o travesseiro também não era o meu. O colchão de tão duro chegava a doer a minha coluna que pelo jeito, estava na mesma posição fazia tempo!
Me esforcei para abrir os olhos e não conseguia e então, com os dedos percebi que tinham curativos nos meus olhos e por isso, estavam presos. Com o meu movimento, alguém que estava do meu lado despertou e chamou outra pessoa para me ver. Ouvi sussurros que mal davam de se ouvir:

-Calma senhor, eu já estou indo! Já mandei chamarem o médico, tá tudo bem!
-Eu sei moça, mas ela se mexeu, acordou e começou a tatear tudo e até os olhos, por isso tenho medo que algo ruim aconteça!
-Deixe me ver...

Senti um calor se aproximando, um corpo chegando mais perto de mim um pouco mais e verificando se de fato eu estava acordada. Fiz um esforço e com o fio de voz que saia dos meus lábios, disse:

-Onde eu estou? Você sabe o que aconteceu? Por quê eu não tô vendo nada? E essas coisas nos meus olhos?
-Calma, menina, você tá bem! Sofreu um pequeno acidente e feriu os seus olhos mas não se preocupe que você não está cega... o curativo é temporário para garantir que o machucado se cure!
-Quanto tempo faz que eu tô aqui?
-Por volta de 1 mês por aí...
-E por que eu não acordei antes?
-O seu estado era bem grave porque a cabeça bateu muito forte e você ficou desacordada por bastante tempo, mas como os seus olhos foram operados, a maior parte deste tempo foi por causa dos sedativos pra evitar a dor e tal...

Ela injetou alguma coisa na minha veia. Senti o líquido gelado passar pelo meu braço e não consegui mais prestar atenção em sequer uma palavra que a enfermeira dizia. Acordei algumas horas depois, suponho e alguém segurou a minha mão. Era macia, mas não era feminina. Jovem, mas não infantil. Não conhecia aquelas mãos... tirei a minha no susto.

-Quem tá aí?

O silêncio tomou o quarto me deixando com medo. Repeti a pergunta algumas vezes com a voz um pouco trêmula e nenhuma resposta. Depois de algum tempo, ele falou:

-Danilo. Eu estava no mesmo ônibus que você e também sofri acidente, mas agora eu já tô bem... algo em você me chamou a atenção e eu me preocupei muito! Me senti na responsabilidade de cuidar de você enquanto estivesse aqui. Não deve se lembrar, mas te contei várias histórias minhas, cantei, trouxe o meu violãozinho pra cá e toquei enquanto você dormia. Eu durmo no hospital com você todos os dias depois do meu serviço.
-Ah... o ônibus.

Foi o que eu consegui dizer. Enquanto ele falava, eu ia me lembrando das coisas... eu ia voltar de ônibus pra casa depois da festa porque o carro tinha estragado e eu não tinha como voltar! Era madrugada e, não me lembro direito, mas me parece que algum carro desgovernado ou sei lá eu, passou na direção contrária meio de sopetão e tudo aconteceu. Eu sempre tive a mania de sentar nas cadeiras altas dos ônibus, do lado da janela. Como não me lembrava do que tinha acontecido, supus que algum caco tinha cortado o meu olho ou qualquer coisa do tipo... A voz do tal Danilo era tão gentil, tão doce e eu não entendia o porquê dele estar ali todos os dias, se importando, como se eu fosse amiga íntima! Contudo, ele era o único que se importava, então, deixei-o permanecer.

Conforme os dias passavam, eu ia o conhecendo mais, gostando mais. Eu tava mesmo me empolgando com o fato de ter conseguido um cara que se importasse comigo e me cuidasse. Ele era tudo o que eu tinha imaginado para príncipe encantado e era só meu! Ele de fato me amava. Não que ele me dissesse, mas na sua voz estava a minha confirmação e no seu perfume, a minha esperança de todos os dias. Ele trabalhava o dia todo até umas seis da tarde e depois ia direto pro hospital, comia algo no caminho e tomava banho no hospital mesmo. Todos já o conheciam como o namoradinho da Júlia ou o carinha do quarto 205. Ele era engraçado e ao mesmo tempo sério. Não digo sério de sem-graça, mas sério de maduro. Do contrário, de tudo ele fazia graça, tentando tornar os meus dias mais leves desde me dar comida na boca e fazer aviãozinho até descrever cada cena da novela, quase nem me deixando escutar. Ele comprou o meu filme favorito e assistia todos os dias comigo! Era perfeito. O meu maior anseio era voltar a enxergar para vê-lo de perto, tirar a curiosidade, comparar com a minha imaginação e assim, sermos felizes para sempre.

Ele vivia dizendo que era feio e tal, mas eu não ligava, era ele quem eu queria, mais ninguém no mundo todo. Só que o meu tipo de cara, desde bem pequena, era baseado no Ken da Barbie. Fortinho, bonitão e apaixonado. Se ele era fortinho, não sei, bonitão, também não sei, mas que era apaixonado... ô se era! Conforme os dias iam passando, a minha ansiedade ia aumentando até que o grande dia finalmente chegou. Danilo, junto com o médico e a enfermeira, me viu abrir os olhos pela primeira vez em muito tempo! Tava tudo muito embaçado e eu não conseguia distinguir as coisas. Vi um rapaz de média estatura, de cabelos negros e fechei os olhos lentamente. Ele se aproximou, segurou o meu queixo, levantou a minha cabeça e disse:
-Amor, tá tudo bem? É normal a gente não enxergar bem assim de cara!

Levantei a cabeça e denovo abri os olhos. Desta vez a minha visão já havia se adaptado um pouco melhor, embora não estivesse perfeita. Consegui fitá-lo e, de fato, a silhueta que vira, lhe pertencia. Um nó surgiu na minha garganta, sinto como se fosse hoje a angústia que me assombrou naquele instante. Ele não era nada daquilo que parecia! Sua voz havia me enganado e eu já não conseguia mais sentí-lo como antes! O lado esquerdo do seu rosto era meio esquisito! Tinha uma cicatriz imensa que acabava com qualquer chance de beleza que ele tivesse. Sua estatura era média. MÉDIA! Eu sonhava com um altão, bonitão, fortão. Era um carinha magrelo com uma cara bem feia. Eu tava hiper decepcionada. E os meus amigos o que diriam? E a minha família? E os meus filhos como seriam? Que horror.

Fingi estar tudo bem, passei a noite em silêncio. No dia seguinte ele ainda estava lá sorrindo pra mim. Quando eu acordei ele me olhou meio desconfiado e disse:

-Seus olhos são lindos... foi o que me chamou a atenção no ônibus aquela noite e, bem, foi o que me fez ficar aqui do seu lado o tempo todo.

Olhei nos olhos dele e percebi que um dos olhos não era de verdade. A bolota voltou na minha garganta e eu sorri timidamente, mas incomodada. Permaneci com ele por um tempo e alguns meses depois do meu "retorno à vida" pedi que ele se afastasse de mim. Não sei o que tinha acontecido com o "amor" que eu tinha por ele... na verdade nem era amor! Eu tava num momento frágil e ele foi o único que se importou comigo, aí eu me apaixonei.

-Peraí... ele foi o único que se importou comigo. Que que eu tô fazendo dando bola pro que os outros vão pensar, sendo que os outros nem se importaram quando eu tava mal?

O interessante foi que eu falei isso pra mim mesma, sentada num banquinho de shopping, sozinha, como sempre. Fazia algum tempo que eu não sabia notícias dele, mas ele me amava tanto! Eu amava tanto ele, porque que isso tinha acontecido? Por estereótipos de beleza? Por preconceito ou o quê? Não sei... o que eu sabia é que o vazio que ele tinha deixado no meu coração ninguém era capaz de ocupar. Chorei só de pensar na besteira que eu tinha feito, no tempo que tinha passado e na felicidade que eu tinha perdido.
Senti duas mãos nos meus olhos, como criança que brinca de adivinha. Sem ouvir nada, reconheci aquelas mãos jovens, aquelas mãos que tinham segurado as minhas já fazia um tempo. Respirei fundo e ouvi:

-Adivinha quem é?

E aquela voz me trouxe tudo o que eu tinha perdido, aquela voz me fez voltar e de olhos fechados deixei-o me guiar pelo resto da vida e só assim eu descobri o que, de fato, era a felicidade. Os meus olhos? Não me serviam pra nada mais! A realidade era o contrário do que eu tinha pensado: não foram os meus ouvidos que me enganaram, foram os olhos. Segurei as suas mãos e nunca mais quis largá-las novamente.

Todas as cartas de amor...


Fernando Pessoa
(Poesias de Álvaro de Campos)


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)

Álvaro de Campos, 21/10/1935

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dawson e Joey


joey: Conheço essa música, é legal.
dawson: É mesmo. O que foi?
joey: Ela me lembra uma coisa.
As férias da 7ª série,
As Patricinhas De Beverly Hills.
dawson: Estava na trilha sonora?
joey: Acho que não.
Fomos ver no Rialto, lembra?
Quando saímos, estava chovendo.
Sua mãe foi nos buscar.
Ela parou do outro lado da rua...
então você pegou na minha mão
e nós corremos.
Deve ter sido só por uns 10 segundos,
mas quando chegamos no carro...
só conseguia pensar que
você tinha pegado na minha mão.
dawson: E o que tem a ver com a música?
joey: Estava tocando no rádio.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Sinestesia


Da onde vem essa saudade?
Vontade de brigar? Pelo amor de Deus garota,
Compre um saco de pancada, ele da menos trabalho
Ao menos uma vez na vida, seja prudente
Pare de buscar formas novas de se machucar
Será q já não esta bom?
Não foram feridas demais?
Quanto ainda vc agüenta?
Deve ser saudade daquele jeito tosco,
Vamos la garota, reaja
Vc consegue coisa melhor,
Se olhe no espelho e se produza,
Vai dar tudo certo.
Só pode ser falta do que fazer,
Vá cuidar de um jardim japonês,
Descubra novos hobbies
Pode ser isso, falta de companhia pra jogar
Mas vc já não cansou de perder?
Volte as origens, aos jogos mais inocentes
Xadrez é fácil de prever.
Não faça isso consigo mesma
Depois quem vai colar
Os cacos do que sobrou
É você.
Então vamos lá, olhe ao redor
São tantas as possibilidades,
Não fique andando para trás
Pegue aquela sandálias,
De maior salto
Por baixo vc não fica!
Vá a procura das suas amigas
Elas podem te impedir,
Corre pra elas,
Mas não pare no caminho,
Porque o perigo esta por perto,
Compre uma armadura, venda seus olhos,
Não pode ser falta daquele cheiro,
É tão familiar,
como outro tb ficou pra trás.
Vá e faça um cemitério de aromas,
Como pode ser uma memória olfativa?
Vá garota e compre 1kg de café,
Sua vida não é um vídeo,
Encare desta forma,
Melhor que seja hj,
Vc ainda é jovem,
Busque outros sonhos pra sonhar
Encontre com O homem
Ele vai saber te guiar
Mas não faça isso de novo,
aquele não é seu melhor amigo,
Vamos desista disso agora,
Se tranque em casa se for preciso
E jogue a chave fora,
Não caia nessa,
Essa vontade vai te levar pro abismo,
Sei q parece um mistério pra vc,
Mas por favor,
Só vc não consegue ver como isso vai terminar,
Vários lenços no chão,
e muita ingestão de chocolate,
sem chance,
vamos colher flores no jardim do vizinho,
pare de ouvir essas musicas,
elas são pra um velório
e vc esta se reinventando,
seja o que for,
só não deixe poeira embaixo do tapete,
varra tudo pra fora,
logo vai chover e as coisas vão embora com a água,
é pra vc mesma que vc deve voltar, então mude a direção
e se volte pro criador,
vamos fazer isso agora,
pro melhor que há em ti,
que não seja aquele, mas que seja
Ele.
Tudo bem, se vc não é capaz de dirigir,
Apenas pegue carona e fique atenta pra assistir,
Tome um chá, misture frutas e flor,
Mas q seja com açúcar,
Chega da doçura artificial,
Nunca teve mel mesmo pra se melar, então vamos lá
Experimente coisas novas,
Vc vai descobrir,
Q há muito ainda por fazer,
Mas agora descanse, as coisas vão se ajeitar.
Abra os olhos, não tenha medo,
Esta historia terminou e vc esta viva.
Vamos lá, que tal festejar agora?
Que horas são?
Vc é jovem ainda,
E ele?
ele se foi...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Quatro amigos e um lago


"So open up your morning light,
Então abra sua luz matinal
And say a little prayer for I.
E faça uma pequena oração por mim.
You know that if we are to stay alive,
Você sabe que se fomos feitos para ficarmos vivos,
Then see the love in every eye.
Então veremos o amor em cada olhar."

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Whitman


Que queres saber de mim?
pergunta-me
é simples
e leva a eternidade
por inteiro
a respirar
os meus interiores
pensamentos
e catarses...

pergunta-me
talvez te diga
nada
ou um pouco mais

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

1 João 4


Ok...entao vamos falar sobre o amor.
Olha, ontem me disseram q eu não devo ser nada romantica, pq nao gosto q fiquem me pegando, pq nao gosto q casais fiquem se melando na minha frente(arg), pq detesto apelidinhos que terminham em inho q são tão esquisitinhos, aff, isso pra mim é um atestado de idiotice, desculpem a sinceridade.
Mas sabe, isso nao é insensibilidade, se é que essa palavra existe, não é que eu não seja uma pessoa romantica, não é que eu seja fria, estranha, alienígena...
Pensando nisso tudo vim aqui hj, não pra colocar textos, frase ou coisas do genero, vim aqui pra tentar me explciar, não me justificar, pq quem me conhece sabe qual é a minha forma de amar, mas pra mostrar um lado do amor q parece estar omisso para algumas pessoas.
Esses dias estava eu num churras, entao um amigo veio e ficou abraçado comigo.Até ai tudo bem, ele me pediu pra fazer massagem nas costas dele (pra quem nao sabe, eu amo fazer massagem) até ai continuava tudo bem, mas entao ele veio fazer massagem em MIM. 0o
Como assim, alguém me explica?
Nãoooooooooo. Eu pedi para não fazer isso.
Ai os outros meninos começaram a me questionar,dizendo que assim eu não ia arrumar namorado nunca.
Beleza, não falei nada.
Mas agora vou tentar explicar.
Eu tenho pra mim que toque físico é alguma coisa muito íntima, não é assim qualquer coisa, sabe? Tipo eu abraço, beijo e até faço massagem nas pessoas. Mas quando a coisa é para comigo, eu fico tensa e pode parecer exagero, mas garanto que não é, se as pessoas estranhas vem me relar, me sinto violentada...
Acho uma falta de respeito, invasão de espaço...não sei definir isso.
Quer falar comigo, fala, mas não precisa me relar, rs (brincadeira)
Sei que toque fisico pra mim é algo muito importante e só tem valor quando tem um significado, quando esse não existe, me incomoda muito o toque fisico.
Mas quando eu for namorar, claro q eu vou relar e permitir que meu namorado me rele, poxa vida gente...não é que eu não goste de toque, mas é q pra mim isso é uma coisa muito importante e intima, explicado?
Próximo tópico: ontem outro amigo me disse q eu não devo ser nada romantica, pq não gosto nem um pouco dos casais que ficam de melando na minha frente. Amorzinho, lindo, gatinha, q ficam se grudando, se beijando e que não se largam ¬¬
detesto isso.
Na verdade eu não gosto de nada que é em excesso.Que fica toda hora junto, que fica de lambendo em palavras e elogios (isso pode ser pq eu nao tenho como lingaguem de amor a palavra de afirmação, mas vou deixar claro q respeito quem tenha, rs), que fica toda hora se abraçando, fazendo essas coisinhas na frente dos outros...
Não sei, eu acho q essas coisas são provenientes de paixão.
E eu não sou uma fã deste sentimento, nem adepta de possuí-lo ou ser possuída por ele, rs.
Talvez porque eu não goste de excessos, não gosto de coisas feitas na frente dos outros.
Esses dias eu estava na praia com algumas amigas e percebi como sou diferente da maioria delas, rs.
Porque passou um avião com uma faixa e todas disseram, "aiiii q lindo, imagina ser pedida em casamento assim?"
Jesus, eu morria!
Não acho nada romantico.Eu iria ficar envergonhada, constrangida, vergonha alheia, decepcionada, sei la, ia ficar tudo, menos feliz.
Pq pra mim essas coisas não tem valor.
Não gosto de nada muito efusivo, pq parece que é feito pra mostrar pros outros, nao pra realmente agradar a pessoa.
Eu acredito que tem um significado muito maior uma rosa deixada de surpresa nas suas coisas, do que um helicóptero q derrume petalas de rosas sobre sua casa.
Essas coisas são tipicamente de pessoas apaixonada, deve ser por isso que nunca quis me apaixonar. Não quero correr o risco de fazer essas coisas.
Se bem q eu estou tranquila quanto a isso, não é da minha personalidade fazer nada dessas coisas, independente do q eu sinta.
Enfim, não acho graça nas coisas tipicas de apaixonados.
Não acho legal aquela montanha russa de emoções, gosta, odeia, gosta de novo, odeia de novo, e de novo e de novo, etc.
De não saber o que pensar, como agir, de tentar fazer de tudo pra conquistar a outra pessoa, de ficar mandando mensagem de minuto em minuto, de ficar enrolando pra ver quem desliga o tel primeiro, de ficar fazendo declarações de amor na frente dos outros, de ficar pensando na pessoa da hora que acorda ate na hora de dormir, não acho saudavel ser tomada por um sentimento.
Por isso esse blog fala do AMOR.
Pq quando se ama alguem, não precisa ficar mostrando pra ela o quanto vc a ama, a pessoa sabe, sente, percebe sem esses exageiros todos.
É nos detalhes do cotidiano que se percebe o amor, no companheirismo, na cumplicidade, na tolerância, paciência, no esforço...
O amor é o sentimento mais nobre por causa disso, pq não nos deixa idiotas como a paixão, mas nos deixa mais fortes, mais seguros, mais felizes. Pq é um sentimento tranquilo, constante, brando e pacifico.
É um sentimento construído em cima de verdades, que não tem pressa pra acontecer pois sabe a beleza da espera e a certeza da vitoria. Pois quando o amor acontece, ele tem que ser da melhor forma possivel, tudo certo, tudo perfeito, tudo no seu devido tempo. Tem que ser vivido no auge.
Amar é respeitar o outro, é esperar em Deus, é confiar que Deus tem o melhor guardado pra ambos, é não ter medo, é não se deixar corromper pelas inseguranças a medida em que se descobre mais do companheiro, é não permitir que o orgulho ou vaidade falem mais alto do que a saudade, é manterem-se firmes no proposito de estarem juntos, é saber q o outro gosta de vc e não se abalar com outras pessoas pq afinal a concorrência não existe, é buscar todos os dias tirar as vendas dos olhos pra que se possa ver com dissernimento os fatos e os sentimento, amar é mais que abraços e beijos é andar de mãos dadas pra mesma direção, amar é atentar para as necessidades do companheiro e juntos para com as necessidades do proximo, porque um laço de três cordas é mais dificil de romper, amar é saber quando se deve partir, mesmo que se queira muito ficar, amar é cuidar pra não perder e manter o que se construiu, amar é saber esperar, amar é perdoar, amar é entender que tudo vai dar certo se você souber ouvir a Deus, porque Ele é o amor.
Amar é não ter sua felicidade dependente da outra pessoa, isso é da paixão, isso é doentil, isso é deprimente.
Amar é ser ainda mais feliz com a pessoa. Amar e perder é sim um sofrer, mas nunca um desanimo.
Amar é muito mais que poemas, flores, carinhos, apelidos, se prova o amor no dia a dia, na persistência apesar dos problemas e na superação de si mesmo.
Amar é obedecer a Deus.

É talvez eu não seja assim tão romantica como as outras meninas, ou talvez eu só não tenha a mesma visão do romantismo que elas.
Algumas pessoas, dizem que eu sou assim porque sou muito velha, pode até ser, mas isso é uma teoria e explicação para um outro post.

~*

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Da janela


"Quando abro a cada manhã a janela do meu quarto
É como se abrisse o mesmo livro
Numa página nova..."

Mário Quintana

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sua mão me guiará


"Agora preciso de tua mão,
não para que eu não tenha medo,
mas para que tu não tenhas medo.
Sei que acreditar em tudo isso será,
no começo, a tua grande solidão.
Mas chegará o instante em que me darás a mão,
não mais por solidão, mas como eu agora:
Por amor."

Clarice Lispector


~* Seja onde for, a sua mão me guiará...~*

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O pequeno príncipe e a raposa


O pequeno príncipe atravessou o deserto e encontrou apenas uma flor. Uma flor de três pétalas, uma florzinha insignificante....

- Bom dia - disse o príncipe.

- Bom dia - disse a flor.

- Onde estão os homens? - Perguntou ele educadamente.

A flor, um dia, vira passar uma caravana:

- Os homens? Eu creio que existem seis ou sete. Vi-os faz muito tempo. Mas não se pode nunca saber onde se encontram. O vento os leva. Eles não têm raízes. Eles não gostam das raízes.

-Adeus - disse o principezinho.

-Adeus - disse a flor.


O pequeno príncipe escalou uma grande montanha. As únicas montanhas que conhecera eram os três vulcões que batiam no joelho. O vulcão extinto servia-lhe de tamborete. "De uma montanha tão alta como esta", pensava ele, "verei todo o planeta e todos os homens..." Mas só viu pedras pontudas, como agulhas.

- Bom dia! - disse ele ao léu.

- Bom dia... bom dia... bom dia... - respondeu o eco.

- Quem és tu? - perguntou o principezinho.

- Quem és tu... quem és tu... quem és tu... - respondeu o eco.

- Sejam meus amigos, eu estou só... - disse ele.

- Estou só... estou só... estou só... - respondeu o eco.

"Que planeta engraçado!", pensou então. "É completamente seco, pontudo e salgado. E os homens não têm imaginação. Repetem o que a gente diz... No meu planeta eu tinha uma flor; e era sempre ela que falava primeiro."

Mas aconteceu que o pequeno príncipe, tendo andado muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve, descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão todas em direção aos homens.

- Bom dia! - disse ele.

Era um jardim cheio de rosas.

- Bom dia! - disseram as rosas.

Ele as contemplou. Eram todas iguais à sua flor.

- Quem sois? - perguntou ele espantado.

- Somos as rosas - responderam elas.

- Ah! - exclamou o principezinho...

E ele se sentiu profundamente infeliz. Sua flor lhe havia dito que ele era a única de sua espécie em todo o Universo. E eis que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!

"Ela teria se envergonhado", pensou ele, "se visse isto... Começaria a tossir, simularia morrer, para escapar ao ridículo. E eu seria obrigado a fingir que cuidava dela; porque senão, só para me humilhar, ela seria bem capaz de morrer de verdade..."

Depois, refletiu ainda: "Eu me julgava rico por ter uma flor única, e possuo apenas uma rosa comum. Uma rosa e três vulcões que não passam do meu joelho, estando um, talvez, extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe muito poderoso..."

E, deitado na relva, ele chorou.


E foi então que apareceu a raposa.
__ Bom dia - disse a raposa.
__ Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, que , olhando a sua volta, nada viu.
__ Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
__ Quem és tu? - perguntou o principezinho. __ Tu es bem bonita...
__ Sou uma raposa - disse a raposa.
__ Vem brincar comigo - propôs ele. __ Estou tão triste...
__ Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. __ Não me cativaram ainda.
__ Ah! desculpa - disse o principezinho.
Mas após refletir, acrescentou:
__ O que quer dizer "cativar"?
__ Tu não és daqui - disse a raposa. __ Que procuras?
__ Procuro homens - disse o pequeno príncipe. __ Que quer dizer "cativar"?
__ Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
__ Não - disse o príncipe. __ Eu procuro amigos. __ Que quer dizer "cativar"?
__ É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. __ Significa "criar laços"...
__ Criar laços?
__ Exatamente - disse a raposa. __ Tu não és nada para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E Não tenho necessidade de ti. E tu também não tem necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. Eu serei para ti única no mundo...
__ Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. __ Existe uma flôr... eu creio que ela me cativou...
__ É possível - disse a raposa. __ Vê-se tanta coisa na Terra...
__ Oh! não foi na Terra - disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
__ Num outro planeta?
__ Sim.
__ Há caçadores nesse outro planeta?
__ Não.
__ Que bom! E galinhas?
__ Também não
__ Nada é perfeito - suspirou a raposa.
Mas a raposa retornou a seu raciocínio.
__ Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
__ Por favor... cativa-me! -disse ela.
__ Eu até gostaria -disse o principezinho -, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
__ A gente só conhece bem as coisas que cativou -disse a raposa. __ Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
__ O que é preciso fazer? -perguntou o pequeno príncipe.
__ É preciso ser paciente -respondeu a raposa. __ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. E te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
__ Teria sido melhor se voltasses à mesma hora -disse a raposa. __ Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
__ Que é um "ritual"? -perguntou o principezinho.
__ É uma coisa muito esquecida também -disse a raposa. __ É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adoram um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!

Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
__ Ah! Eu vou chorar.
__ A culpa é tua -disse o principezinho. __ Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
__ Quis -disse a raposa.
__ Mas tu vais chorar! -disse ele.
__ Vou - disse a raposa.
__ Então não terás ganho nada!
__ Terei, sim - disse a raposa __ por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
__ Vai rever as rosas. Assim, compreenderá que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.

O pequeno príncipe foi rever as rosas:
__ Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativaste ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.
E as rosas ficaram desapontadas.
__ Sóis belas, mas vazias -continuou ele. __Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mas importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:
__ Adeus... -disse ele.
__ Adeus -disse a raposa. __ Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
__ O essencial é invisível aos olhos -repetiu o principezinho, para não esquecer.
__ Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
__ Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... -repetiu ele, para não esquecer.
__ Os homens esqueceram essa verdade -disse ainda a raposa. __ Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa...
__ Eu sou responsável pela minha rosa... -repetiu o principezinho, para não esquecer.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

1 Corintios 13

1 ¶ Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 ¶ O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 ¶ O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Nothing else matters

So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters

Never opened myself this way
Life is ours, we live it our way
Hold these words I don't just say
And nothing else matters

Trust I seek and I find in you
Every day for us something new
Open mind for a different view
And nothing else matters

Never cared for what they do
Never cared for what they know
But I know

So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters

Never cared for what they do
Never cared for what they know
But I know

I never opened myself this way
Life is ours, we live it our way
Hold these words I don't just say
And nothing else matters

Trust I seek and I find in you
Every day for us something new
Open mind for a different view
And nothing else matters

Never cared for what they say
Never cared for games they play
Never cared for what they do
Never cared for what they know
And I know, yeah

So close no matter how far
Couldn't be much more from the heart
Forever trusting who we are
And nothing else matters

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Via Lactea

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

Olavo Bilac

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Ultimo romance

"Eu encontrei e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor"

Educação sentimental

Professor Wilder - Quero que me odeie!

Joey - Está funcionando. Qual é o melhor final na literatura? Não diga Ulisses, todos dizem.

Professor Wilder
- É fácil. Educação Sentimental de Flaubert.

Joey - O que acontece nele?

Professor Wilder - Nada. Dois amigos lembrando sobre a melhor coisa...que nunca lhes aconteceu.

Joey - Como se lembra de algo que nunca aconteceu?

Professor Wilder - Com carinho. Flaubert dizia que expectativa era a forma mais pura do prazer. E a mais confortável. Enquanto as coisas que ocorrem nos decepcionam as coisas que não ocorrem nunca desaparecem. Sempre ficam em nossos corações como um tipo de doce tristeza.

Joey - Parece ...

Professor Wilder - Profundo?

Joey - Não: Covardia.

Professor Wilder
- Nós , acadêmicos, não somos conhecidos por termos ...

Joey - Coragem.

Professor Wilder - Deus está me castigando.

Joey - Pelo quê?

Professor Wilder - Sei lá. Devo ter feito algo a uma moça quando eu tinha 18 anos. Não está tentando me fazer reconsiderar, não é?

Joey - Não. Não nos conhecemos muito bem, não é?

Professor Wilder - Não.

Joey - Tem uma imagem de mim que não é verdadeira.

Professor Wilder - Como uma heroína do século XIX?

Joey - Sim. Mesmo que não seja verdade prefiro que continue pensando que é.

Professor Wilder - Posso dar um jeito. Preciso voltar. Estamos bem?

Joey
- Estamos.

Professor Wilder - Em cinco anos saberá tudo que sei e muito mais, me compreenderá, e parecerei o maior babaca que já conheceu ... Ou talvez eu já pareça.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Por Ed René Kivitz

“Os humanos sofrem bastante. Muito, para não dizer a maior parte, do nosso sofrimento tem origem na relação com aqueles que nos amam. Estou constantemente ciente de que a minha agonia profunda provém, não dos terríveis eventos que leio nos jornais ou vejo na televisão, mas da relação com as pessoas com quem partilho a minha vida diária. São precisamente os homens e mulheres, que me amam e que estão muito perto de mim, os que me ferem. À medida que ficamos mais velhos, geralmente vamos descobrindo que nem sempre fomos bem amados. Com frequência, os que nos amaram também nos usaram. Os que se interessaram por nós foram, por vezes, também invejosos. Os que nos deram muito, por vezes, exigiram também muito em troca. Os que nos protegeram quiseram também possuir-nos nos momentos críticos. Habitualmente, sentimos a necessidade de esclarecer como e por que é que estamos feridos; e, com frequência, chegamos à alarmante descoberta de que o amor que recebemos não foi tão puro e simples como tínhamos julgado.

É importante esclarecer estas coisas, especialmente quando nos sentimos paralisados por medos, preocupacões e anseios obscuros que não compreendemos.

Mas compreender as nossas feridas não basta. Ao fim, temos que encontrar a liberdade para passar por cima das nossas feridas e a coragem para perdoar aos que nos feriram. O verdadeiro perigo está em ficarmos paralisados pela raiva e pelo ressentimento. Então começaremos a viver o complexo do ´ferido´, queixando-nos sempre de que a vida não é ´justa´.

Jesus veio livrar-nos destas queixas auto-destrutivas. Ele nos ensina a por de lado as nossas queixas, perdoar os que nos amaram mal, passar por cima da sensação que temos de sermos rejeitados e ganharmos coragem para acreditar que não cairemos no abismo do nada, mas no abraço seguro de Deus cujo amor curará todas as nossas feridas.”

Henri Nouwen

Deus tem um coração que abraça o mundo. Não pode ser outro o nosso coração. O amor de Deus não pode ser contido. Sempre que derramado sobre alguém, transborda para quem está em volta. E quanto mais se derrama, mais se espalha. Não faz sentido pretender abraçar o mundo sem a disposição de amar quem está ao lado. Nisso consiste o desafio do amor: amar quem não nos amou bem, quem nos feriu, quem nos usou ou de nós abusou, amar quem nos oprimiu com seu amor não tão puro, ou com seu jeito meio estúpido de ser e amar.

Demorou muito para que eu percebesse que quando Jesus disse que deveríamos amar nossos inimigos e aqueles que nos perseguem, na verdade estava falando inclusive de nossos familiares ou das pessoas com quem cultivamos as relações mais afetivas e fraternas. Nouwen tem razão, “à medida que ficamos mais velhos, geralmente ficamos mais capazes de discernir os falsos amores”. Mas é igualmente a maturidade que nasce das dores de amor, que nos capacita a amar verdadeiramente. Talvez por isso o apóstolo Paulo testemunhou que, ao deixar as coisas de meninos e meninas, descobrimos o amor de Deus e, no amor de Deus, o poder de amar.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

20:36

Saudade é a marca dos meus pés no chão, me mostrando pra onde eu devo seguir.
Quando eu era pequena, poucas coisas me faziam feliz.Sempre fui muito antisocial e chata, mas me lembro q tinha um lugar no “mundo inteiro”, que era o meu preferido, que me trazia paz, lembro q era quente e muitas vezes me faltava o ar, mas nunca houve um lugar em que eu gostasse mais de estar do que ali.
Todos os dias a noite, meu pai chegava do serviço, jantava e tomava banho, ai ele se deitava naquela poltrona reclinável, tipicamente de pai, ligava a tv e assistia ao jornal nacional, lembro que nessa época eu dormia muito cedo, nunca conseguia passar das 21h acordada, virada de ano então era um sacrifício.Mas muitas vezes eu resistia ao sono, só por causa daquele momento.Era a noite, quando meu pai olhava pra mim sentada no chão, batia no peito com três palmadinhas e fazia um som, parecido com o do “Pingu” o pingüim de massinha da tv cultura, era algo mais ou menos assim: “úh, úh”, e eu sabia, que naquela noite eu ia dormir bem.
Eu corria e pulava sobre ele, e minha cabeça eu encostava no ombro, mas embaixo um pouco, meio que entre a axila e o sofá, meu pai colocava o braço em volta de mim, e eu encaixava minhas pernas na voltinha da barriga dele, então eu ia fechando meus olhos e ouvindo o coração dele bater cada vez mais alto, esticava minha mãozinha até alcançar a orelha dele e ali naquela bolinha, onde as pessoas usam pra por brinco, onde tem mais carninha, eu ficava mexendo até dormir.Tem criança q precisa de chupeta, outra de fronha pra morder ou cheirar.Eu sempre precisei do colo do meu pai, de cada detalhe, do cheiro, do calor, da falta de ar, da voz do Willian bonner ao fundo, de mexer na orelha dele, de sentir o seu coração bem perto de mim, me dizendo q eu estava segura ali.
Acho que é assim até hj.
Deus me dá colo, pelo colo do meu pai.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Shadowfeet - Brooke Fraser

"Andando, tropeçando nessas pegadas
A caminho de casa, um lugar que eu nunca vi;
Estou mudando
Cada vez menos sonolenta
Feita de coisas diferentes de quando comecei
E tenho tido essa sensação o tempo todo
O dia aproxima-se rapidamente.

Quando o mundo desaparecer por debaixo de mim
Estarei firme* em ti, ainda de pé
Quando os céus caírem e as montanham prostrarem-se
Quando Tempo e Espaço acabarem
Estarei firme em ti.

Há distração zunindo na minha cabeça
Dizendo que é mais fácil ficar nas sombras
Mas eu ouvi rumores da verdadeira realidade
Sussurros de um caminho bem iluminado.

Quando o mundo desaparecer por debaixo de mim
Estarei firme em ti, ainda de pé
Quando os céus caírem e as montanham prostrarem-se
Quando Tempo e Espaço acabarem
Estarei firme em ti.

Tu fazes novas todas as coisas.

Quando o mundo desaparecer por debaixo de mim
Estarei firme em ti, ainda de pé
Quando os céus caírem e as montanham prostrarem-se
Quando Tempo e Espaço acabarem
Estarei firme em ti.

Quando o mundo desaparecer por debaixo de mim
Estarei firme em ti, ainda de pé
Todos medos e acusações debaixo de meus pés;
Quando Tempo e Espaço acabarem
Estarei firme em ti
Quando Tempo e Espaço acabarem
Estarei firme em ti
Quando Tempo e Espaço acabarem
Estarei firme em ti."